A história de Castelo Bom perde-se no tempo. Apesar de, provavelmente, as terras que hoje compõem a freguesia terem já sido ocupadas pelos mesmos povos a que pertencem as gravuras de Foz Côa, o primeiro vestígio fidedigno da ocupação humana de Castelo Bom data da Idade do Bronze, como atesta a espada da Idade do Bronze aqui encontrada e exposta no Museu da Guarda, foi disputada por portugueses, mouros, leoneses e castelhanos, até passar definitivamente para mãos portuguesas através do Tratado de Alcanizes em 1297. O seu castelo, construído pelos Leoneses, foi, pela sua localização numa zona de fronteira sempre tensa, uma das principais praças-fortes, quer do domínio leonês no séc. XII, até ao século XIX. Recebeu foral português a 8 de novembro de 1296, por D. Dinis, e Foral Novo em 1510, por D. Manuel I. Ambos os monarcas ordenaram reparações no castelo. Durante a Guerra da Restauração (1640-1668) defendeu o País e serviu de refúgio aos Governadores da Beira. Em agosto de 1810, durante a 3ª invasão Francesa, foi invadida e saqueada, tendo o seu castelo sido severamente afetado. A população, com medo das tropas francesas, refugiou-se junto ao rio Côa, de onde assistiram à destruição da sua vila, sem nada poderem fazer. Porém, antes de partir, o povo terá escondido os haveres mais preciosos da Igreja, escavando um buraco numa humilde casa da aldeia, conseguindo salvá-los. No final da invasão, quando o povo voltou à aldeia, o cenário era desolador: as colheitas estavam destruídas, o vinho tinha sido vertido das pipas, a vila estava sem defesas e o riquíssimo acervo do Arquivo Municipal tinha sido incendiado. Os anos seguintes foram de fome e sofrimento para todos em Castelo Bom, que nunca mais viria a conhecer a prosperidade de outrora.
Com o passar dos anos as tradições estão a perder-se. Com o envelheçimento da população, a emigração para o estrangeiro e a migração para áreas mais populadas contribuíram para que a maior parte das tradições se tenham perdido com o tempo, restando apenas algumas:
Não com a grandiosidade de outros tempos, mas ainda é uma tradição que se mantem viva para aqueçer a noite de consoada à população que se queira reunir junto dela.
A chamada "festa grande", a devoção a esta santa é enorme, diz a lenda que antigamente todos os anos falecia um jovem solteiro na aldeia, a população alarmada com a situação prometeu dedicar uma festa a esta Santa para que os falecimentos deixassem de acontecer, a verdade é que depois de se começar a realizar esta festa os falecimentos pararam.
Santo casamenteiro, a tradição desta festa diz que só rapazes e raparigas solteiros(as) podem realizar esta festa.
Longe vão os tempos em que todos os terrenos eram cultivados. Com o envelhecimento da população existente as cultivações dos terrenos foi perdendo fulgor e as produções foram diminuindo de ano para ano. Provavelmente a produção de azeite e do vinho serão as de maior relevo, sendo o vinho totalmente caseiro.
A criação de animais tambem não resistiu ao passar dos anos. As vacas, os bois, as cabras, os burros, já praticamente não existem na aldeia, sendo a ovelha e o borrego os resistentes ao passar do tempo apesar de serem muito poucos os seus criadores. A matança do porco, outrora dia de festa na aldeia, ainda é uma realidade, apesar dos seus criadores tambem serem poucos, os enxidos como a farenheira, o chouriço, a morcela e o bucho são delicias que não faltam nas mesas das casas na aldeia.
Arvores de fruto encontram-se por toda a aldeia, destacam-se a cerejeira, a amendoeira, a figueira entre outras. É possível encontrar plantas aromáticas que são utilizadas na gastronomia local, e um grande número de espécies espontâneas.
Visite locais históricos, sepulturas, conheça as lendas, percorra as ruas da aldeia, deslumbre-se com as maravilhosas paisagens.
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